quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Fotos do 7º dia

Buenas, amigos!
Abaixo, mais fotos da nossa viagem cicloturística pelas praias do Rio Grande do Sul.

Na casa que aparece nesta foto o Augusto e eu dormimos. No pátio do Seu Serafim, em Estreito, há umas 10 iguais a essa, e o preço é R$ 20,00 por noite. Nessas casas encontramos muitos pescadores pernoitando, e compartilhamos com eles uma das noites mais agradáveis da viagem, ouvindo suas histórias e degustando a melhor tainha assada que já comemos na nossa vida (e olhem que somos frequentadores da Festa do Peixe, em Tramandaí...).


Próximos a São José do Norte, encontramos outro farol naval. Sua arquitetura demonstra que é recente: estrutura de ferro, oco,  sem escada de acesso (devem subir na torre com um guindaste...), e bem distante da praia. Há outros idênticos a esse. Nesse nosso litoral, dá de tudo. E olhem a largura da areia nas praias do sul: estamos longe da orla e ainda assim é grande a distância até as dunas.


A fantástica Laguna dos Patos! Do outro lado, divisamos o Porto de Rio Grande, com seus gigantescos navios atracados. É uma paisagem sensacional, e as águas da laguna estavam da cor da água do mar nos últimos dias: azuis, azuis, azuis.


No que virou toda a nossa bagagem, distribuída nos alforjes: duas caixas e alguns fardos. Tudo para dentro do ônibus, as bicicletas doadas, o retorno para casa.


Bait'abraço!

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

O 7º dia - narrativa

Buenas, pessoal!
Posto mais um "capítulo" dessa nossa aventura ciclística pelas areias do litoral gaúcho, o Augusto e eu, pedalando. É o 7º dia, 09/01.
Saímos às 08h da manhã do Estreito (localidade de São José do Norte, 50 km ao norte da Barra do Rio Grande), onde pernoitamos. Esse distrito está localizado a 2 km da praia. Originalmente era bem próximo da orla, mas uma ação do Ministério Público gerou a derrubada de todas as casas e o lugarejo simplesmente se transferiu para dentro do continente, às margens do Rio Estreito. Convivem diariamente com o tráfego pesado de caminhões transportando as toras de pínus derrubados no entorno, mas levam uma vida muito pacata, sem dúvida.
Logo na chegada à beira da praia, o inesperado: o Augusto atolou com sua bicicleta na areia fofa e, ao colocar o pé no chão, perdeu o equilíbrio, fez um "spacatto" e estatelou-se no chão. Na hora o joelho direito inchou! Ao acudi-lo, percebi que, para ele, o passeio havia acabado ali.
O guri continuou pedalando determinada e corajosamente até São José do Norte, distante ainda 50 km. Pela areia, isso representa 100 km! Mas era preciso chegar mais perto do recurso, especialmente de um ônibus que o levasse de volta a Montenegro.
Chegamos depois do almoço na Praia do Mar Grosso, a 6 km do centro. Já havíamos percorrido 443 km desde o início da viagem, em Torres, uma semana antes. Almoçamos no Restaurante Atalaia (frutos do mar, uma maravilha!), descansamos um pouco, e às 16h chegamos na surpreendente cidade de São José do Norte. Antiquíssima, cheia de prédios históricos, onde é proibido construir-se imóveis com mais de 3 andares para que, de qualquer ponto da cidade, a Igreja Matriz possa ser vista, onde as ruas não recebem asfalto porque em seus paralelepípedos irregulares o Imperador D. Pedro I passou a cavalo, onde o cais, às margens da Laguna dos Patos recebe barcos pesqueiros com bandeiras de diversos estados brasileiros para o pernoite, protegidos pelos molhes da Barra do Rio Grande, é um lugar mágico, uma verdadeira volta ao passado!
Alugamos um quarto no Hotel Caçulão. Vendo o estado da perna do Augusto, resolvi encerrar também a viagem, voltando para casa com ele. Total, teria que readaptar minha bicicleta, instalando os alforjes dianteiros, para levar a bagagem que estava na sua bicicleta, o que demandaria mais um dia parado atrás de serralheria para soldar o bagageiro no garfo. Para quem saiu de viagem acompanhado de mais dois companheiros, chegar sozinho não estava nos planos.
Doamos as bicicletas à APAE de São José do Norte, e quem serviu de nosso intermediário foi o Thales, do Hotel, filho de uma benfeitora daquela entidade assistencialista.
Cassino, a maior praia do mundo, vai ter que esperar. Mas com certeza, retornarei para completar o percurso...
Mesmo assim, percorrer 449 km de Torres a São José do Norte, a maior parte do trecho pela beira da praia, foi sem dúvida uma aventura para guardarmos para o resto de nossas vidas. A exuberância da fauna, as praias desertas, os belíssimos faróis, as lagoas, os barcos pesqueiros, os próprios pescadores, a dificuldade de pedalar na areia com as bicicletas carregadas, tudo contribuiu para que fizéssemos um dos passeios mais legais dentre tantos que já protagonizamos!
Fica a dica. Só quem já percorreu essa jornada consegue descrever o quão maravilhosa é a natureza em nosso litoral. Nunca mais falarei que no Rio Grande do Sul as praias são todas iguais. Posso provar que não são, eheheheheh...
Bait'abraço a todos.

Fotos do 6º dia

Buenas, amigos.
No 6º dia de pedalada, completamos 400 km nessa percorrida muito peculiar: andar de bicicleta pelas areias do litoral gaúcho.

As fotos que seguem são do trecho entre Bojuru (já em São José do Norte) e a localidade de Estreito, de volta à praia.

Esse é o acesso (acesso?) da BR-101 até a beira da praia. Um trecho de 6 km, intransitável, ainda mais depois da chuvarada que caiu no dia anterior. O Augusto e eu empurramos as bicicletas todo o tempo.


Em meio a tantas espécies de aves que povoam nosso litoral, destacam-se as gaivotas. Flagrei o Augusto com um filhote nas mãos. Era tão novinha que mal se sustentava nas patas, pra alegria do piá, que conseguiu capturá-la para o "close". Ecologista consciente, logo depois a soltou, e torceu para que nenhum gavião desse um rasante e a levasse para alimentar a prole.



Uma visão inesperada! Um farol foi construído sobre a areia da praia. Que patetice! É óbvio que, passados alguns anos, o mar retomaria o espaço que era seu, engolindo a base de sustentação do prédio, que tombou para dentro d'água. Não conseguiram recuperá-lo e acabaram construindo um novo, agora bem longe da areia, já sobre as dunas.



Bait'abraço!

Fotos do 5º dia

Buenas, pessoal!
Retomo as postagens de fotos da nossa pedalada, minha e do Paulo Augusto, pelo litoral do Rio Grande do Sul, só que por um roteiro alternativo: a areia.

No 5º dia, por força das circunstâncias - a barra da Lagoa do Peixe estava derramando, impedindo nossa passagem de bicicleta -, tivemos que voltar ao asfalto. Mas olhem só que belíssimo nascer do sol, ainda na beira do mar, em Praia Nova, município de Mostardas.


Essa "estrada" nos levou da Praia Nova até a sede do município de Mostardas. Foram 5 km entre as dunas e 7 km entre as florestas de pinus. A estrada é péssima, um horror!.


Já no asfalto, outros banhos de açude, para escaparmos um pouco do calor escaldante que tem feito.


Chegando em São José do Norte!


Bait'abraço!

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

O 6º dia - narrativa

Buenas, pessoal!
Na última postagem contando nossa aventura, minha e do meu filho Paulo Augusto, pelas areias das praias gaúchas, de bicicleta, relatei nossa chegada em Bojuru, localidade pertencente a São José do Norte, abaixo de chuva, vento e frio. Era 2ª-feira, dia 07/01.
Na 3ª-feira, 08/01, acordamos cedo na Pousada Lucas, e ficamos felizes em enxergar o céu azul da janela. A chuva havia ido embora. Mas, ao montarmos as bicicletas e sairmos para seguir a viagem, o que temíamos aconteceu: vento sul, que, no litoral, significa desafio, esforço. Luta mesmo! Porque bate na testa da gente, a 30km/h!
Descemos 2 km pela BR-101 até chegarmos no trevo de acesso à praia. Foram 6 km de areia fofa, molhada, e lodo, muito lodo, por conta da chuva de ontem. Empurramos as bicicletas carregadas por praticamente todo o trecho, e demoramos mais de 1 hora para superarmos esse pequeno percurso. O Augusto, sempre tão concentrado, ficou furioso já de manhã cedo, por conta dos constantes atolamentos. E seus joelhos também começaram a doer.  Péssimo sinal.
Na praia, um pescador nos disse que o vento estava forte, e a areia fofa por causa do "mar do sul". Eu não tinha ideia do que isso significava. Descobri logo depois.
Era   I-M-P-O-S-S-Í-V-E-L   pedalar! Pelo ressalto que dei, espero demonstrar o grau de dificuldade que passamos a enfrentar.  O tal "mar do sul" significava que a areia tinha sido revolvida pela chuva, e estava tão fofa que em nenhum lugar da beira da praia havia chão firme para pedalarmos. Como as bicicletas estão muito pesadas, começamos a afundar, não importava onde andássemos!  Matei a saudade da subida da Cordilheira dos Andes, em 2010, quando o vento oeste me fez empurrar por quilômetros a fio a bicicleta montanha acima.  O Augusto e eu tivemos que apear das magrelas e empurrá-las por horas!
Ao meio-dia, naquele olho de sol, sem uma sombra sequer - apenas a praia e as dunas -, almoçamos atum enlatado (proteína) com pão seven boys (carboidrato), e de sobremesa mariola de banana (potássio e glicose), além de Toddynho (cálcio e lactose). Uma "bomba" para aguentarmos o tranco e evitarmos caimbras e distensões.
Para se ter uma ideia do esforço em pedalar em condições tão adversas, habitualmente o Augusto e eu paramos a cada 10 km para descansar, tomar uma água e relaxar a musculatura. Nessa percorrida, paramos a cada 1 km! Isso mesmo! A cada 1 km.
Aí tomamos uma decisão: dividir os 90 km que pretendíamos percorrer num só dia em dois. Com isso, a alternativa seria pernoitarmos na Barra do Estreito, mais ou menos no meio do caminho. Chegamos às 18h, próximos da exaustão. Nem a praia, sempre tão pródiga em atrativos - navios afundados, aves, peixes, sangas -, tirou nosso foco. Tínhamos que chegar. Foi o que fizemos.
Na pousada do Seu Serafim, fomos recebidos com festa pelos pescadores e pelo dono, que, aliás, conhece muitos montenegrinos, tanto pescadores quanto motoqueiros, que passam pela região para praticarem motocross nas dunas. Falou no seu (e meu) amigo Enery, no seu filho Giovane, no Nico e no Ique Mombach... e mandou que eu lhes transmitisse a todos um abraço. Está dado.
À noite fomos seus convidados para uma tainha assada, junto com os pescadores, e perdemos a hora de irmos dormir, de tão agradável que foi a companhia. O "mar do sul" nos concedeu uma das noites mais legais de toda a viagem!
Bait'abraço!

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Fotos do 4º dia

Buenas, pessoal!
Aproveitando o excelente sinal da internet, continuo postando fotos da nossa viagem, minha e do Paulo Augusto, pelas praias gaúchas. Pela areia sempre que deu, pelo asfalto quando não tínhamos outra opção.
Agora, as fotos do 4º dia (06/01/12, domingo).

Quando víamos protuberâncias n'água, já sabíamos: ou algum animal de grande porte, ou a carcaça de barcos de pesca ou de navios estavam irremediavelmente sendo tragados pelas ondas. Pode até demorar anos, mas vai acontecer.
Ó uma delas, de um barco, sendo devorada pelo mar:


E um dos nossos tantos banhos de água doce, nas barras de sanga que correm para o mar, regulando o nível das lagoas que existem de Torres ao Chuí, algumas pertíssimo do oceano, tornando a faixa de areia onde pedalávamos uma "tira" de não mais de 5 km de largura. Nesse lugar, as surpresas de sucedem!


A companhia mais frequente da nossa percorrida, embora às vezes rara: pescadores. Na rede, tainhas. Ao lado, turistas que passavam de carro e que pararam, como nós, para verem o produto da pesca.


Bait'abraço!

Fotos do 3º dia

Buenas, pessoal!
Essas são algumas fotos do 3º dia de pedalada pelo litoral do Rio Grande do Sul, em mais uma maluquice minha e do meu filho Paulo Augusto.

A primeira das quatro baleias mortas que encontramos pelo caminho. Da espécie cachalote, devia ter morrido a poucos dias, pois mal havia começado sua decomposição. Ficamos muito impressionados com seu tamanho e a distância que estava da praia - mais de 50 metros. É inimaginável a força das marés em litorais abertos como o nosso, capazes de jogar um animal dessa envergadura tão para fora do mar...
Outras carcaças foram encontradas nos dias seguintes, mas essa sem dúvida foi a mais impactante.
Interessante foi a explicação que ouvimos de um pescador: baleias maiores matam as cachalotes, afogando-as, para depois comerem apenas sua língua. Será verdade?


Outro farol muito interessante (para mim, o mais bonito de todos os que vimos) é o Farol da Solidão. Empresta seu nome - plenamente justificado: o lugar é completamente ermo!!! - a um vilarejo onde não mais de 15 famílias de pescadores sobrevivem de seu ofício. Nesta época do ano, quem povoa o lugar são veranistas de Viamão, Palmares do Sul, Mostardas, municípios do entorno. Para quem gosta de sossego, silêncio, paz, isolamento, taí uma boa opção.


Abaixo, o local que arranjamos para pernoitar. A casa (?), pertencente a um jovem casal, nos foi alugada por R$ 20,00. Os donos e seus filhos foram dormir na casa de um parente. Para eles, pernoites como o nosso garantem uma renda extra. Já com o dinheiro na mão, a guria disse para o marido: - "Ó, já tenho o dinheiro para arrumar o cabelo semana que vem". Só se for em Mostardas, porque na Solidão não deve ter instituto de beleza.


O Farol funcionando!


Bait'abraço!